Olá pessoal, bom, hoje eu vou falar da minha experiência morando na casa das 17 mulheres por mais de um ano.
É isso mesmo, vocês não entenderam errado, eu moro em uma casa com mais DEZESSEIS MOÇAS. Loucura, loucura, loucura...Mas tem seu lado bom, e claro, cômico.
È curioso como a gente se apega facilmente às pessoas, principalmente, quando você mora em uma cidade, como o Rio de Janeiro, longe da família e dos amigos, sendo assim, a república acaba virando a nossa nova casa e as moradoras, a nossa nova família, e como em qualquer situação semelhante a essa, sempre aparecem histórias hilárias, e é uma dessas histórias que eu vou contar agora.
Um belo dia, ou melhor, uma bela noite, eu resolvi ir dormir mais cedo, afinal eu teria que viajar para Friburgo, minha terra natal, na manhã seguinte, então fui para a cama aproveitando o fato da maioria das meninas terem ido para uma festa na UERJ. Mas o que tinha tudo para ser uma noite tranquila, acabou virando uma madrugada agitadíssima, com muitas camas trocadas, saidinhas rápidas, mulheres bêbadas, regada a muuuuuuuuuuuuuuuuito vômito.
Pois bem, por volta das nove da noite, eu fui dormir, algumas das minhas colegas de quarto já estavam saindo. Mas o sono só veio mesmo lá pelas tantas, algo próximo das dez e meia da noite.
Os próximos capítulos dessa história me foram narrados pela minha colega de quarto, Jane. Pelo que eu entendi, lá pelas duas da madrugada, a Jane estava na sala, virando mais uma noite para estudar, quando derrepente, não mais que derrepente, a porta se abre de forma nada delicada e eis que surge Camila, BÊBADA...não...TRÊBADA...Caindo pelas tabelas... Parece que ela estava chorando...Provavelmente um efeito da cachaça.
Então ela entrou, trocou de roupa e foi para o quarto dormir. Maíra, que dormia no mesmo quarto que a gente, acordou com a barulheira e foi para a sala conversar com a Jane. Trinta minutos depois, a Maíra voltou para o quarto e o que ela viu foi algo nada agradável. Eu explico, a Camila ficou um pouquinho enjoada. Quando ela se deu conta de que ia vomitar e não daria tempo de chegar no banheiro, detalhe, nessa época ela dormia na beliche de cima, ela simplesmente levantou e mirou na janela, mas, por uma questão de centímetros, ela acabou não sendo bem sucedida , e acertou a parede, uns fios, o chão e tudo mais. Nesse dia, eu tive certeza que Deus existe. Minha mochila estava em baixo da tal janela, mas graças a Deus, nada meu foi danificado.
Pois bem, diante de tamanha tragédia, Maíra saiu do quarto, contou pra Jane o ocorrido e as duas se puseram a pensar no que fazer.
Enquanto elas pensavam, eu dormia no quarto todo vomitado, correndo o risco de acordar e me lambuzar toda...Eca...Enfim, depois de muito pensar, as duas chegaram a conclusão de que não dava para dormir naquele quarto. Optou-se por me tirar de lá e limpar tudo no dia seguinte. Lembro bem que eu acordei ao som de frases como, “Carmen, acorda...”, “Não respira Carmen, não respira...”, “Não toca em nada”. Juro que eu pensei que a casa estava sendo assaltada, pegando fogo ou algo do tipo. Depois de acordar e entender o que estava acontecendo, vi que o único jeito era dormir em outro quarto que tivesse uma cama vaga. Foi o que eu fiz. Mas, a minha saga não terminou, aliás, ela estava só começando.
Uma hora depois, uma amiga me acorda e diz, “Carmen, acorda, algumas meninas que foram à festa na UERJ, não chegaram ainda, já está tudo fechado e tem muito pivete aí na porta”. Assim sendo, levantei, troquei de roupa e saí com uma amiga para procurar as ditas cujas. Graças a Deus, assim que cruzamos o portão, avistamos todas elas, vindo pra casa, daí demos meia volta e retornamos para o nosso animadíssimo lar. Quando eu cheguei, minha ilusão de que eu finalmente ia dormir foi por água a baixo, quando eu vi uma das moradoras da casa, sentada na porta, chorando com dor de ouvido. Como ela estava com uns amigos, não foi preciso que eu a acompanhasse até o hospital.
Resumo da ópera: Não sei ao certo quantas horas eu dormi naquela noite, não sei nem se foram horas ou apenas minutos. Mas eu aprendi preciosas lições.
* Lição número 1: Nunca misturar Cintra quente com Cantina da Serra....O efeito pode ser bombástico;
* Lição número 2: Se você estiver enjoada, não deite até o enjôo passar;
* Lição número 3: Nunca saia de casa em grupo e volte sozinha...É perigoso e tira o sono das amiguinhas.
* Lição número 4: Não saia da cama a menos que seja um terremoto ou algo do tipo. Se você sair, as chances de voltar são mínimas.
È isso galera...Espero que vocês tenham se divertido.