domingo, 27 de março de 2011

No que mudamos...

Estava aqui pensando, depois de quatro anos de muitas emoções e incríveis experiências, será que eu mudei em alguma coisa, ou simplesmente continuo a mesma pessoa? Eu poderia fazer uma pesquisa de opinião, mas acho que não iria ajudar, pitacos alheios não poderiam, nem por um segundo, expressar o que eu estou sentindo agora.
Antes que eu comece a enveredar pelo lado do sentimentalismo vamos ao que interessa. Uma vez uma pessoa me disse que de uns tempos pra cá, eu estava com um ar de superioridade insuportável, com o nariz muito em pé. Fiquei chocada com a declaração, mas passada a raiva, me pus a pensar sobre o tema. E entendi o que ela quis dizer.
Quando eu vim pro Rio, eu era um menina cheia de sonhos e de medos. Conheci tanta gente, vivi tantas coisas...Amadureci. Entrei e saí de vários empregos. Estagiei por um ano e três meses na TV da faculdade ao lado de amigos que eu amo demais. Vivi a loucura que é trabalhar em uma empresa de telemarketing. Fiquei 4 meses trabalhando em uma agência de notícias e quando eu finalmente achei que poderia começar a fazer planos fui demitida e depois de vagar por tantas áreas, eu finalmente me encontrei na Conta Mais.
Quando isso acontece, quando encontramos um trabalho que parece o nosso lar, onde nos sentimos bem e queremos ficar pra sempre, tudo torna-se primordial. Escrever um bom texto, fazer a melhor entrevista, ser uma ótima funcionária, tudo tem um peso maior. Pegar a confiança das pessoas e ganhar um elogio da chefe então, nem se fala. Ir para as coletivas e sentir aquele friozinho na barriga, mas nem um pouco de insegurança é muito bom. É sentir que você está no lugar onde você nasceu pra estar...Sem modéstia.
Paralelo a isso, as pessoas ao meu redor também me ajudaram a mudar. Conheci muita gente, e descobri muitas outras. Me decepcionei com algumas e passei a amar outras tantas. É impressionante o quanto o ser humano pode nos surpreender. Hoje sei bem em quem eu posso confiar e de quem eu posso desconfiar.
Enfim, fazendo um balanço de tudo que eu experimentei nos últimos 4 anos eu cheguei a seguinte conclusão: Ainda tenho medo de escuro, ainda detesto dormir sozinha, ainda tenho a tendência de amar as pessoas erradas, ainda sou fã do casal do JN, mas não sou uma menina ingênua em uma cidade grande, sei bem o que eu quero, e não tenho o nariz em pé, apenas passei a confiar mais em mim.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Depois da tragédia...Os fatos

Na última semana, vivi uma experiência que eu nunca pensei que fosse experimentar na minha vida, o medo intenso de perder uma pessoa querida, de ficar só. Segunda feira, dia 10 de janeiro, 10 horas da noite. Meu telefone toca, era a minha mãe. Lembro-me bem que nos falamos rapidamente. Minha mãe me perguntou como estava o tempo aqui no Rio, eu respondi que estava quente como sempre, ela disse, "Aqui está chovendo, chove sem parar, já nem sei há quantos dias está chovendo assim". Não dei muita importância ao que ela disse, pois sempre choveu muito em Friburgo. Mal sabia eu que dessa vez tudo seria diferente.
Na manhã de terça feira tentei ligar para a minha mãe, não consegui. A ligação não completava. Não estranhei, afinal, sempre foi meio difícil falar com a minha mãe na minha casa, o sinal lá é péssimo. Resolvi tomar café e falar com ela depois. Quando cheguei na sala, me deparei com as minhas amigas da república pálidas, todas chocadas olhando para TV, resolvi olhar também. Quando vi as imagens de Friburgo, da minha cidade, destruída, com lama, água e corpos por todos os lados, fiquei desesperada. Saí correndo e fui ligar para a minha mãe para saber se estava tudo bem.
Acho que é nesse ponto que o meu drama começa. Corri para a rua, liguei para todos os telefones possíveis, mas não consegui falar, nenhum completava a ligação. Tentei ligar para os amigos e nada. A cada minuto a situação só piorava. Depois que descobri que a cidade estava incomunicável, decidi que era hora de ir para casa. Arrumei minha mochila e já estava me direcionando para a saída, quanbo alguém me disse que as estradas estavam interrompidas. Ninguém passava, nem carro nem ônibus nem nada... Nada mesmo. Senti uma vontade de chorar enorme, mas preferi deixar para depois. Com o passar dos dias, minha aflição só aumentava.
Na quinta feira completaram-se dois dias sem contato algum com a família. Nuca fiquei mais de 24 horas sem falar com a minha mãe, geralmente ela me liga umas cinco vezes por dia. A cada minuto o número de mortos, desaparecidos e desabrigados só crescia. Meu desespero seguiu essa mesma linha. Cheguei no trabalho e a pergunta foi unânime, "Carmen, como está a sua família?" e a resposta era sempre a mesma, "Não sei, não consigo contato há dois dias". Aliás, preciso dizer aqui, o quanto foram importantes as mensagens de carinho que recebi. Meu Deus, pessoas com as quais eu nem tenho muita intimidade, que eu não falava há um tempão, pessoas para as quais eu achava que não tinha muita importância. Todas elas me ligaram mandando mensagens de apoio. Para elas, um singelo, porém verdadeiro muito obrigada.
Na quinta fiquei no trabalho até a hora do almoço. Foi quando descobri que a 1001 já estava subindo a serra. Peguei minhas coisas e fui correndo para a rodoviária. Depois de enfrentar uma fila daquelas, e de esperar mais de duas horas, já que o ônibus atrasou uma, recebi a ligação que eu esperava há quase 72 horas. Era o patrão da minha mãe ao telefone. Ela estava bem, estavam todos bem, mas incomunicáveis, sem luz e sem água. Eu já estava na ponte Rio Niterói quando o motorista foi informado que a estrada estava fechada sem previsão de abertura. Voltamos todos para o Rio. No mesmo dia eu recebi um telefonema de uma amiga aos prantos me informando que ela tinha perdido quatro familiares. Dormi dois dias na casa dela. Estar com amigos nessas horas é sempre bom, um ajuda o outro e compreende a dor que está sendo sentida.
Na sexta feira finalmente ouvi a voz da minha mãe, fina e chorosa, mas era a voz dela. O som que eu mais queria ouvir e que aqueceu o meu coração de uma forma que eu nem sei explicar. No sábado, achei que já dava para subir a serra. Mas uma vez juntei minhas coisas e fui para a Novo Rio. Enfrentei uma fila de cinco voltas e quando cheguei no guichê, a moça me disse sem cerimônias, "desculpe senhora, mas nós acabamos de receber a informação de que não podemos mais vender passagens para Friburgo, a estrada está bloqueada". Sabe quando te dá aquela sensação fortíssima de impotência e desespero ao mesmo tempo? Foi isso que aconteceu comigo. Sentei no chão e comecei a chorar, chorei como uma criança, sem disfarçar. As lágrimas escorriam e pingavam na minha blusa. As pessoas passavam e olhavam, incrédulas com o que viam. Bom, quando cansei de chorar, levantei e voltei pra casa. Acho que Deus ouviu as preces que eu fiz no caminho, porque assim que cheguei o telefone tocou, era a minha prima, estava tudo bem e minha mãe estava em casa. Ainda sem luz, água e telefone, mas estava viva.
No sábado mesmo fiquei sabendo das primeiras mortes, minha vizinha de cinco aninhos que morreu afogada na casa da avó, e a mãe de uma amiga que morreu soterrada, depois de lutar contra várias doenças. Dói no coração quando você recebe uma notícia dessas e não pode dar se quer um abraço nos que ficaram, nessas horas a distância machuca e muito. Foi também no sábado de madrugada que os telefones começaram a voltar no meu bairro e eu consegui falar, dessa vez com mais calma com a minha mãe e a minha tia. Só posso resumir esse momento em uma palavra, alívio.
No domingo, fui até a rodoviária Novo Rio, dessa vez não tentei ir pra casa, fui trabalhar como voluntária da Cruz Vermelha, ajudando a enviar as doações para as áreas mais afetadas. Foi bonito ver o quanto ainda temos a capacidade de nos ajudar. Cada garrafa de água, alimento, roupa e até mesmo brinquedos, que colocávamos nos ônibus já simbolizava uma família que teria o que comer ou vestir a noite, e isso representava muito pra gente. Voltei pra casa morta de cansada, super suja e suada, mas com a alma enobrecida e com um orgulho danado de nós, brasileiros.
Bom, na segunda feira, consegui finalmente convencer minha mãe a passar uns dias comigo aqui no Rio e na terça ela chegou. Claro que eu me controlei para não chorar, mas foi difícil, principalmente quando os olhos dela ficaram cheios de lágrimas. Tive que ser ainda mais forte quando ela me disse que pela primeira vez na vida sentiu medo de morrer. Ali eu percebi o quanto eu sou abençoada de não ter perdido nenhum parente, de estarem todos bem.
Sei que eu deveria estar junto dos meus amigos, na minha cidade, ajudando no que eu pudesse. Mas sinceramente, eu não sei se tenho coragem de ver a minha terra, o lugar onde eu nasci e fui criada, a terra que eu aprendi a amar, tão destruída. Covardia? Talvez. Tenham certeza de que nesse momento, estou de luto por todas as vítimas dessa catástrofe, sejam elas conhecidas ou não. Sei que essa triste contagem de mortos tende a dobrar. Só teremos uma lista oficial daqui há alguns meses. Enquanto isso rezo para que tenhamos força e muita luz para reconstruir a nossa Friburgo.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Então é natal...E o que você fez???

E o fim do ano se aproxima, nessa época, há uma tendência de se fazer uma retrospectiva do ano que se vai. Comigo não é diferente.
Sentada aqui no computador, derrepente comecei a pensar nos inúmeros fatos importantes que aconteceram esse ano, não no mundo, mas na minha vida. E embora pareça loucura, resolvi compartilhar esses momentos ímtimos com vocês.
Eu confesso que 2010 não começou muito feliz pra mim. Para início de conversa, eu tinha um emprego horroroso, além dele não ter nada a ver com a minha área profissional, era muito chato.
As pessoas me xingavam horrores e eu não tinha muita liberdade, não podia nem ir fazer xixi quando me dava vontade...Eu era atendente de telemarketing...Pronto falei...
Foram 6 meses de muito sofrimento, nunca vou esquecer as histórias que eu ouvia com aquele headset na cabeça e as pessoas guerreiras que trabalhavam comigo e que permanecem na luta, elas terão o meu respeito eterno. Mas, voltando para o assunto inicial, eu dei boas vindas a 2010 trabalhando em algo que eu detestava...
Dizem que quando você vira o ano fazendo um pedido, concentrando todas as suas forças nele, ele se realiza...Bom, não sei se isso já funcionou com outras pessoas mas comigo deu certo...Assim que o ano começou, passei a ser chamada para várias entrevistas...Saía cedo do trabalho, chegava atrasada, faltava, não queria nem saber...Depois de muitas entrevistas e de um certo desânimo, por não consiguir nada, apareceu uma luz no fim do túnel. A agência de notícias onde a minha amiga trabalhava estava precisando de uma estagiária. Fui lá, sem muita esperança confesso, e o que era para ser uma simples entrevista, virou uma contratação imediata, comecei a trabalhar naquele mesmo dia. Fiquei radiante...Serei eternamente grata a Carol, a amiga que me libertou do call center.
Mas, uma coisa que me animou muito no início do ano, foi saber que em fevereiro eu iria ter a honra que poucos tiveram de presenciar a mágica do furacão Beyoncé, diante dos meus olhos. E não foi fácil, nem eu pensei que fosse. Só para começar, enfrentamos uma fila "giganternome". O sol não estava pra brincadeira naquele dia...43 graus na cabeça, muito suor e muitas horas na fila.
É claro que quando aquele show histórico começou, nada disso fazia mais sentido. Se eu pudesse voltar a um dia desse ano, seria ao dia 7 de fevereiro, para viver aquela emoção novamente.
Outra alegria na minha vida era o meu grupo de teatro. Faço parte de um musical dos anos 60. Apesar dos problemas, da falta de grana e tudo o mais, os ensaios, as apresentações, estar com os amigos era sempre uma válvula de escape. Tivemos duas apresentações em agosto, que foram simplesmente perfeitas. Não pelo fato em si, mas por ter conseguido colocar o espetáculo no palco, em alto nível, com uma integrante a menos, uma pessoa super importante para o grupo e para a peça...Mas conseguimos, e isso eu considero uma vitória que celebra o amadurecimento do grupo e a união de jovens que já estão na estrada há mais de um ano. Brilhar ao lado dos meus queridos companheiros de cena é sempre mais fácil e um enorme prazer.
Na faculdade, tudo caminhava bem, aliás, acho que desde que eu entrei para a UERJ, esse foi o ano mais tranquilo. Não que eu não tenha estudado, eu estudei, e muito. Tive matérias difíceis e ralei bastante, mas os resultados vieram, e o melhor, aprendi muito. Coloco como minhas conquistas do ano, as matérias feitas para a aula de radiojornalismo, pois conseguir um elogio do professor mais exigente da faculdade é para poucos, e eu consegui. E as matérias postadas no blog, para jornalismo na internet, uma área que eu não tinha muita afinidade e que me conquistou. De quebra, cravei um 10 nas duas. Adorei... E olha que tive que driblar o medo de não estar mais estudando com a minha turma...Venci mais essa.
Bom, no mês de setembro minha vida deu uma reviravolta. Logo essa que costuma ser a parte do ano mais esperada por mim, pois é o mês do meu aniversário.
Pois é, tudo caminhava muito bem, mas no dia 18 recebi uma notícia não muito boa, na verdade nada boa, fui demitida. Pior do que sair de um trabalho, com uma mão na frente e outra atrás, sem direito a nada, é quando isso acontece 10 dias antes do seu aniversário. Eu tinha tantos planos. Fiquei desesperada...Chorei muito, mas com a força dos amigos, segui em frente.
E no meio da tempestade, a bonança. No dia 24, meu grupo de teatro se apresentou ma TV Aparecida em São Paulo. Gravamos nosso tão esperado DVD, com recorde de público. Encerramos o ano com chave de ouro.

Bom, meu aniversário chegou, e não foi nem perto daquilo que eu imaginava que seria. O dia não estava nada bonito, passei a manhã inteira ouvindo instruções do projeto de política da faculdade, não almocei no meu querido restaurante de comida japonesa e algumas pessoas que eu considerava mais do que especiais, simplesmente esqueceram do meu aniversário. Confesso que esse não foi o meu aniversário predileto, mas eu aprendi muito com ele.
Felizmente, quando uma coisa vai mal das pernas, uma outra resolve funcionar. Um belo dia, já no mês de outubro, eu estava indo para casa, quando uma mulher me telefonou perguntando se eu estava interessada em um estágio. Marcamos uma entrevista e assim que cheguei na redação da revista Conta Mais, vi que era ali que eu queria trabalhar. Fiz alguns testes e logo fui contratada. Mal posso explicar a emoção que foi ver minha primeira matéria assinada na revista. Um orgulho imenso...Ainda me emociono...
Um momento muito lindo eu vivi na última segunda feira, quando a minha turma de projetos experimentais exibiu os documentários que produzimos durante esse período. Foi bonito ver o empenho de todos, as histórias marcantes que cada grupo retratou e a emoção da professora ao falar do trabalho do meu grupo. É literalmente o sucesso de um trabalho bem feito...Merecíamos esse reconhecimento
Por tudo isso, quando me ponho a pensar, vejo que 2010 foi um ano especial...Vivi experiências únicas, experimentei sentimentos, emoções nunca antes vividas. Amadureci muito. Resolvi aproveitar mais a vida, sugar dela tudo o que eu puder. Assim, posso dizer que estou no meu melhor momento.
Entro 2011 cheia de planos. Não faço a menor idéia de como vai ser esse novo ano, mas tenho uma certeza. A meia noite do dia 31, estarei com os olhos fechados, fazendo o meu pedido, depositando toda a minha esperança na crença de que ele vai se realizar...Vai que...
E que tenhamos todos um Natal iluminado e um ano novo cheio de incríveis realizações!!!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Ser fã é uma arte

Antes de mais nada, algumas definições, elas serão importantes para que possamos seguir em frente:
= Abreviatura de fanático; admirador;aquele que tem muita admiração por alguém, principalmente artista
Fanático = Que, ou que tem fanatismo; sustenta com excessiva tenacidade e paixão crenças ou pontos de vista; que tem entusiamo excessivo; que se dedica exageradamentea alguém ou alguma coisa; apaixonado ; passional
Fanatismo =
Excessivo zelo religioso; adesão cega a uma doutrina
Que atire a primeira pedra aquele que nunca teve um ídolo, que nunca sentou na frente da TV para esperar impacientemente pelo ator principal da novela, ou pelo cantor da mais bela voz, aquele que nunca se inspirou em alguém para trilhar seu caminho. (À esquerda, foto de fãs na fila do show da cantora Mariah Carey em Barretos)
Atualmente o que mais se vê por aí são fãs de diversas modalidades, música, filme, lugar, time de futebol e principalmente pessoas, celebridades que se tornam verdadeiros exemplos para seus seguidores. E essa responsabilidade, muitas vezes ignorada, é o que mais assusta os famosos. Afinal, um fã não só acompanha a carreira do artista, mas também se espelha, quer ser como o ídolo.
Mas nem sempre esse amor é positivo. Em alguns casos, o fanatismo se torna incontrolável e acaba virando uma doença. Casos de fãs psicóticos é o que não faltam. O mais famoso deles, o do cantor britânico John Lennon, (foto à direita) que estourou no grupo Beatles na década de 60. Lenon teve sua vida interrompida aos 40 anos de forma inesperada, na noite do dia 8 de dezembro quando voltava para casa.
Mark David Chapman, (foto a esquerda) fã do cantor que tinha o abordado durante o dia para pedir um autógrafo em um de seus LPs, disparou cinco tiros com um revólver calibre 38, dos quais quatro acertaram John Lennon. O cantor foi levado para o hospital na própria viatura policial, mas perdeu cerca de 80% do sangue e morreu. O assassino permaneceu no local do crime e foi preso minutos depois. Ao entrar na viatura, pediu desculpas aos policiais pelo "transtorno que havia causado". Em seu julgamento alegou ter lido em "O apanhador no Campo de Centeio" uma mensagem que dizia para matar John Lennon. Acabou sendo condenado à prisão perpétua e até hoje é mantido numa cela separada de outros presos, devido às ameaças de morte que recebeu.
Outro caso que também envolve um ícone da música e que na década de 90 teve um forte impacto internacional é o da cantora mexicana Selena Perez,(foto abaixo) assassinada por Yolanda Saldívar em março de 1995.
Yollanda era presidente e administradora do fã clube de Selena e depois se tornou gerente das boutiques da cantora. Depois de inúmeras denúncias de desvio de dinheiro das lojas e produtos não fornecidos aos fãs, Selena decidiu por afastar Saldívar dos negócios. Revoltada ela marcou um encontro com a mexicana para lhe entregar alguns documentos que estavam com ela. Assim que Selena chegou ao local, a ex empresária tirou uma arma da bolsa e apontou primeiro para a própria cabeça e depois para a cantora. Ela tentou escapar, mas foi baleada pelas costas.
Selena ainda conseguiu correr até a recepção do hotel onde elas estavam, enquanto Yolanda corria atrás dela chamando-a de Cadela.
No entanto, antes de cair no chão devido ao ferimento do tiro, Selena disse que Yolanda tinha atirado nela. A vítima foi imediatamente levada à hospital, onde faleceu à 1:05 da manhã, de hemorragia com apenas 23 anos de idade e no auge da carreira. (Ao lado, foto do funeral da cantora)
Antes de ser presa, Saldívar declarou que o grande culpado de tudo era o pai de Selena que a convenceu a demiti-la, separando-a de sua diva. Mas tarde descobriu-se que Yollanda tinha uma verdadeira obsessão por Selena. Embora tivesse 30 anos gritava como uma adolescente nos shows. Transformou sua casa num verdadeiro culto à estrela mexicana com fotos de todos os tamanhos.
Ela também tinha permissão para entrar no ônibus da banda sempre que esta se apresentava em San Antonio e assim o fazia sem cerimônias.
Em outubro de 1995, um juri em Houston, Texas condenou Yolanda à prisão perpétua por assassinato em primeiro grau com a possibilidade de cumprir o restante da pena em regime aberto após 30 anos.
No vídeo abaixo é possível conferir trechos da última grande apresentação de Selena em Houston no dia 26 de fevereiro.


Para fechar, um caso de fanatismo histórico. A paixão e obediência de Gregório Fortunato (foto a baixo) para com Getúlio Vargas, ex presidente do Brasil. Fortunato era um conhecido do irmão de Vargas, Benjamim, e foi solicitado ao mesmo depois que um franco atirador tentou assassinar o presidente. Era um homem negro, rude e ignorante, mas tinha uma virtude muito apreciada por Getúlio, seguia as ordens de seu amo como um cão fiel, executando-as ao pé da letra, custasse o que custasse.
Mas, o episódio que marcou a devoção de Gregório por Vargas ficou conhecido como "O Atentado da Rua Tonelero". Vamos a uma rápida retrospectiva histórica para entendermos o caso.
Vargas tinha muitos opositores políticos, um deles, e talvez o mais ferrenho era o jornalista Carlos Lacerda. Ele fazia críticas constantes ao então presidente da república e por isso foi ameaçado de morte algumas vezes. Na noite do dia 4 de agosto de 1954, depois de fazer um comício, era candidato a deputado federal, Lacerda se dirigiu para sua casa na companhia de seu filho Sérgio, no automóvel do major-aviador Rubens Florentino Vaz. Chegando na Rua Tonelero, os três saltaram do veículo e já se despediam quando uma pessoa surgiu das sombras, disparando vários tiros. O major, desarmado, tentou se defender, mas foi atingido mortalmente no peito. Lacerda e o filho escaparam. Depois de muita investigação, descobriu-se que Gregório Fortunato era o mandante do crime, logo a imprensa associou o fato ao presidente. Até hoje, muitos estudiosos dizem que Getúlio nada teve a ver com o acontecido e que Fortunato teria agido por impulso, pois sabia que Lacerda era uma pedra no sapato de Vargas.
Gregório foi condenado a 25 anos de prisão, vindo a ser assassinado na cadeia. Getúlio se suicidou 19 dias depois, devido a uma forte crise política que se instalou no país.
Segundo a psicóloga Ana Maria Franqueira, esse sentimento extremado é um distúrbio psicológico, diagnosticado quando a pessoa age apenas com a emoção, sem usar a razão antes de decidir o que fazer. "É difícil para o fanático perceber que passou do limite por conta do traço irracional que prevalece, o radicalismo", diz ela.
Ana Maria afirma que esse é um traço patológico que se desenvolve ao longo do tempo e pode estar ligado a questões de baixa auto estima e falta de identidade. "Há uma necessidade de ser melhor. O fanático faz isso se juntando a um grupo", afirma a psicóloga.
Mas nem tudo está perdido. Parece que esse problema tem tratamento. O primeiro passo é identificar se a a paixão está passando dos limites. Depois é feito um trabalho para fortalecer a imagem e mostrar para o paciente que ele não precisa se unir a um grupo ou usar de violência física para ser aceito.
Quem possui esse tipo de distúrbio pode procurar ajuda psicológica nos postos de saúde e hospitais da cidade. Primeiro é feito uma triagem para a verificação do problema. Depois a pessoa é encaminhado para o local de tratamento específico.
Apesar desses exemplos negativos, o que mais existe são pessoas querendo demonstrar o seu amor pelo ídolo, ao invés de mata-lo, elas dariam a vida por ele.
Muitas das vezes, um grande aliado desses eternos apaixonados são os pais. Embora alguns reprove a paixão dos filhos, geralmente por medo que os pequenos acabem se magoando, se prejudicando acadêmicamente, ou até mesmo financeiramente, a maioria dá o maior apoio e ajuda em tudo o que pode.
É o caso da jornalista Núcia Ferreira, mãe de Rafaela Ferreira de 14 anos. A jovem é fã do grupo Rebelde desde os 8 anos e sempre teve um forte incentivo da mãe. "Eu fazia tudo para apoiar o desejo dela de estar próxima dos ídolos", diz Núcia.
E quando o assunto é realizar um sonho da filha, a jornalista não brinca em serviço. Em 2006, o grupo mexicano fez um show no Maracanã, Rio de Janeiro. Na época Núcia passava por dificuldades e não pode comprar o ingresso. "Estava com o coração cortado de não poder comprar o ingresso. Mas a incentivei a participar de promoções. Como tinha um contato no grupo O Dia, conversei muito com quem estava fazendo as promoções. Mesmo com todas as dicas, ela não foi sorteada. Mas, dois dias antes do show, um conhecido meu disse que tinha dois convites para o gramado, se eu ia querer. Aceitei na hora. Cheguei em casa e ela estava dormindo. No dia seguinte, quando acordou e eu entreguei o envelope com os convites pra ela, ela chorou muito. Foi emocionante", confessa Núcia.
Mas, a saga RBD estava só começando. No dia do show Núcia e sua filha p
assaram horas na fila.
"Eu tive que passar um domingo, de 11 da manhã às 11 da noite lá, esperando para entrar. Mas valeu a pena. Ela foi vestida com a roupa deles, curtiu o show de montão. E saiu dizendo que aquele foi o melhor dia da vida dela", lembra ela.
E para os pais que reprimem os desejos de seus filhos, aí vai um conselho de Núcia. "
É uma forma de aproximação. E ver os olhinhos dela brilhando quando estava curtindo o que ela gostava não tem preço. A gente sempre tira uma coisa boa de alguma experiência. Ela começou a se interessar pela língua espanhola e só passou um tempo tirando nota boa na matéria por conta disso. Acho saudável que em algum momento da nossa vida ter uma paixão por alguma coisa. Mas não vale passar dos limites. Na vida tudo tem que ter equilíbrio", conclui ela.
E existe uma organização, que seria uma espécie de instituição, com a função de agregar todos os admiradores do que quer que seja. Assim é definido fã clube, uma tendência que vem crescendo e que reúne milhões de fanáticos Brasil a fora.
Quando questionada sobre o papel do fã clube, Mayara Saraiva de 23 anos, moderadora do Fã clube dos jornalistas Fátima Bernardes e William Bonner, define com precisão:
"A principal missão do fã clube é facilitar o acesso às informações do casal para os fãs, fazer com que eles tenham tudo que é veiculado nos diversos sites do assunto em um único post", diz ela.
O trabalho realizado por ela no fã clube se assemelha bastante à uma redação de jornal, "chego bem cedinho lá na sede do fã clube, a primeira coisa do dia é fazer uma varredura em toda a internet em busca de informações novas deles, quando sai significa que temos um post em pauta, a partir daí vale tudo. Começamos a juntar o maior número de fotos e informações, e vale tudo mesmo, então postamos. Também temos o ponto alto do blog que são as informações e matérias antigas, essas raridades, difíceis de encontrar hoje em dia, são um sucesso quando postadas", confessa Mayara.
E se você acredita que ter um fã clube é uma terefa árdua, pois ocupa muito tempo, você está certíssimo. "Lidar com um fanatismo requer dedicação total. Já deixei de fazer muita coisa na minha vida social para me dedicar a eles, hoje em dia mesmo ainda é assim.
Mas todo esse esforço compensa, se abrimos mão de uma coisa ou outra temos sempre algo em troca ainda mais especial", derrete-se ela.
Mas agora, será que o casal 20 do telejornalismo brasileiro, tão sério e avesso a tudo que diz respeito a vida pessoal, gosta de toda essa exposição? Mayara não tem dúvidas que sim. "Eles gostam sim. O William principalmente, porque ele tem mais acesso, ele gosta de ser admirado pelas fãs e um fã clube com a dedicação que tem e a legião que segue é uma prova de carinho e de admiração imensa", conclui a jovem.
Quem tiver interesse de conhecer o blog moderado pela Mayara é só clicar no link abaixo:
http://fatimabewilliamb.blogspot.com/
E para finalizar, apresentarei os meus ídolos, pois é claro que eu não escolhi esse tema atoa. Eu também me inspiro em duas pessoas super especiais que praticamente definiram a minha vida nos últimos 11 anos. Prefiri contar só no final para não tornar a matéria tendênciosa. Meus dois grandes ídolos são os apresentadores do Jornal Nacional, Fátima Bernardes e William Bonner. Assim como todos os fãs aqui apresentados, eu também já fiz loucuras por eles. Hoje estou bem mais madura em relação ao assunto, mas o sentimento de admiração é eterno. A foto abaixo é um registro do meu primeiro encontro com os meus ídolos, no dia 28 de outubro de 2008, na entrega do Prêmio Qualidade Brasil. Um dos momentos mais especiais da minha vida que guardarei no coração para sempre.



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Com a palavra...Uma fã, ou melhor, A FÃ...


Quem vê a jovem Dhiuliene Borges de 20 anos passeando tranqüila por entre os arbustos da faculdade Estácio de Sá, não imagina que por trás do rosto angelical existe uma roqueira discomunal, ou melhor, uma fã apaixonada pela banda Detonautas. A estudante de direito, não só tem um vasto material do grupo, como acompanha de perto a carreira dos meninos e faz loucuras para não perder um show. Quando questionada sobre um possível preferido, ela responde sem pestanejar, Renato Rocha é o nome dele. O amor pelo guitarrista é tão grande que ela resolveu eternizá-lo com uma tatuagem. Nesses cinco anos acompanhando cada passo da banda, Dhiuli acumulou muitas histórias que ela conta de forma deliciosa e apaixonante.

1 - Como começou a sua admiração pelo Detonautas?

Dhiuli: Sempre gostei das músicas da banda e tal, mas nada que os tornasse diferentes de qualquer outra banda que eu também ouvia na época. A admiração diferenciada começou em junho de 2005, quando assisti a um show deles em Sumidouro/RJ e fiquei fascinada pelo guitarrista Renato Rocha, (foto abaixo) a maneira como ele tocava, como se dedicava.

Fiquei o show inteiro hipnotizada com a entrega e amor que ele demonstrava ter por sua música. A partir daí, virei fã dele, muito mais do que da banda, mas como comecei a frequentar muitos shows, a banda acabou se tornando parte mais do que integrante de todo esse amor.

2 - Um Show inesquecível?

Dhiuli: Todos os shows tiveram algum ingrediente em especial que os tornaram inesquecíveis. Mas posso ressaltar um deles, show em Pará de Minas/MG, Julho/2006. Foi inesquecível por causa da viagem que foi looonga e ao lado de duas amigas do RJ. Foram 2h30m até o RJ, 6h e 30min até BH e mais 2h até Pará de Minas, 11 horas de viagem no total. E tuuuudo isso pra voltar. Risos. Ficamos no mesmo hotel que eles. E o show foi um dos mais lindos que já fui. O camarim foi ótimo porque só tínhamos nós e mais duas meninas, uma de SP e outra do Sul que faziam parte do fã clube

3 - Uma história engraçada?

Dhiuli: A história mais engraçada foi do show de Aperibé/RJ, também em 2006, só não me recordo direito da data. Enfim, fui sozinha de Friburgo pra lá, sem conhecer nada.(Na foto abaixo Dhiuli entrega um dos muitos presentes que ela já deu para o guitarrista)
Tinha marcado com umas meninas do RJ de nos encontrarmos na rodoviária de Aperibé. Até aí, tudo bem. O que nós não esperávamos é que Aperibé não tinha rodoviária. Consegue imaginar minha reação quando o motorista disse que não tinha rodoviária, que eu tinha que saltar na pracinha? Quase tive um filho. Risos. Passei uma conversinha no motorista e ele deu um jeito de me deixar o mais próximo possível no parque de exposições, onde ia acontecer o show. Encontrei as meninas do RJ lá, curtimos o show, tudo bonitinho. Risos O nettinho (Rodrigo Netto, guitarrista da Banda Detonautas, na foto abaixo com Dhiuliene. Ele morreu vítima de um assalto no Rio de Janeiro em 2006), sempre se preocupou muito com a forma como íamos embora, se estávamos com fome, etc e tal. Quando disse a ele que iríamos esperar até às 7h o nosso ônibus ele nos deu uma bronca e disse que a gente não podia fazer isso e tal... Enfim.. Enquanto isso, conversa vai, conversa vem, final de camarim, vou pegar minha mochila e estava um PESO. Quando eu abro a mochila, tinha um amarrado de todinho, iogurte, banana, uva, Gatorade e um monte de biscoito. Na hora que eu vi isso o nettinho gritou do outro lado do camarim “pega ladrão, ela está roubando nossa comida!”
Eu fiquei toda sem graça e não sabia o que fazer, porque todo mundo olhou pra mim, fiquei sem saber o que fazer, porque todo mundo olhou pra mim, fiquei um tempão explicando que eu não sabia como aquilo tinha acontecido e tal e todo mundo sério. Depois o nettinho caiu na gargalhada dizendo que era pra eu ficar calma que ele que tinha colocado todas aquelas coisas na minha mochila, porque estava preocupado com a gente e tal. Eu queria bater muito nele pela vergonha que ele tinha me feito passar, mas depois achei fofinho por ele ter se preocupado. Não sei se essa foi a história mais engraçada, mas foi a mais marcante pra mim. Pouco tempo depois o nettinho veio a falecer.

4 - Uma loucura que você já fez por eles?

Dhiuli: Bom, eu fiz uma tatuagem com as inicias do nome do Renato. “RR”. Não considero uma “loucura”, considero mais como uma espécie de homenagem à um artista, ser humano que eu admiro muito. Na verdade, eu fiz essa tatuagem mais pra mim do que para ele. Ela foi feita mais como uma forma eternizar o amor que tenho por uma pessoa tão ímpar. Também pedi meu ex namorado para fazer um quadro com uma foto do Renato com a filha.(Foto abaixo do Renato com o quadro)

5 - Com o ele reagiu quando viu a tatuagem?

Dhiuli: Eu mostrei a tatuagem pra ele num show em Cordeiro/RJ. Ele ficou bem surpreso e emocionado, me chamou de doida, depois agradeceu pela demonstração de carinho e disse que a tatuagem(Foto abaixo) era muito linda. Mas as pessoas sempre dizem que é loucura.

6 - A situação mais triste que já aconteceu?

Dhiuli: Sem sombra de dúvidas foi a morte do Nettinho. Foi um momento muito complicado tanto pra banda quanto para nós, fãs. Ele era um ser humano iluminado, cheio de sonhos. Ele sempre foi o mais “crianção” da banda e, sem sombra de dúvidas, nos rendeu momentos inesquecíveis e muitas histórias engraçadas pra contar.(As fotos abaixo são montagens que Dhiuliene fez para homenager Rodrigo)

7 - Como foi o seu primeiro encontro com a banda? O que você sentiu?

Dhiuli: O primeiro encontro, na verdade foi o primeiro show, aquele de junho de 2005. Mas nesse show eu ainda não nutria aquele amor e admiração tão fortes. Então, o primeiro show depois de virar fã mesmo, foi, na verdade o segundo, em outubro de 2005 no antigo Claro Hall no RJ.

8 - Você se inspira ou já se inspirou neles em algum momento da sua vida?

Dhiuli: Sempre me inspirei muito no Renato, como exemplo de pessoa, de ser humano que quero ser. O Renato é um cara íntegro. Um músico extraordinário, um filho, um pai de família e um marido que dispensa qualquer tipo de comentário. Aprendi com o Renato a correr atrás dos meus sonhos e a querer ser um pouco melhor a cada dia.

9 - O que você tem deles? Blusa, CD, DVD?

Dhiuli: Hum, quase tudo. Risos. Vamos enumerar: Cds (Detonautas Roque Clube, Roque Marciano, Psicodelia, Amor, Sexo e Distorção, O retorno de Saturno e Detonautas Roque Clube Acústico); DVDs: Detonautas Roque Clube – Lançado em 2005, Detonautas Roque Clube Acústico – Lançado em 2009; Tenho três camisas, seis botons, oito palhetas do Renato... E mais alguma coisa que não estou lembrando agora. Risos....Ah, um livro com a história da Banda.

10 - Você faz ou fez parte de algum fã clube?

Dhiuli: Hum, pergunta complexa... No começo eu fiz parte do Fã Clube Detonautas Roque ClubeRJ, mas fã clube é uma coisa muito complicada. Sempre existem desentendimentos, divergências de opiniões e etc. As meninas que administravam esse FC renunciaram e ele ficou por muito tempo sem administração. Depois outras pessoas assumiram a administração do FC, mas hoje em dia eu posso dizer que não faço parte de nenhum . Eu vou aos shows quando estou com vontade, sozinha ou acompanhada, sem precisar de nenhum fã clube. Já tem uns três anos que faço isso. Risos (Abaixo, foto das meninas do Fã clube com a banda)

11 - Quem é o seu preferido na banda? Por quê?

Dhiuli: É o Renato Rocha, guitarrista. Já mencionei o porquê acima. Risos

12 - Como é o seu contato contato com os meninos da banda?
Dhiuli: Mantenho contato via sites de relacionamentos com praticamente todos eles. Sempre prezei pelo contato com o Renato. Troco e-mails com ele e tal. No final de 2006 passei por uns problemas de depressão, troquei bastante e-mail com ele. O Renato sempre me ajudou muito em tudo o que eu precisei e que estava ao alcance dele. Já falei com o Renato e com o Nettinho algumas vezes por telefone, mas foram amigas que tinham ido ao show quando eu não pude ir e me ligavam para que eu pudesse falar com eles. Já fiquei hospedada no mesmo hotel que eles, algumas vezes. Agora só me recordo de dois: Pará de Minas/MG e Leme/SP.(Abaixo, foto de Dhiuliene com o vocalista do Detonautas, Tico Santa Cruz)
13 - Como a sua mãe via toda essa situação? Ela aprovava? Bancava os shows?

Dhiuli: Minha mãe não gostava muito. No início, eu ía em muitos shows, o tempo todo. Ela desaprovava não só pela grana que eu gastava, mas também pela preocupação por estar me deixando viajar sozinha. Sim, ela bancava os shows, até porque eu tinha 16 anos e não tinha como me bancar sozinha. Mas teve uma vez que estava indo almoçar com ela num restaurante aqui em Friburgo e, coincidentemente (sim, foi coincidência), encontramos o Renato, o Nettinho e o Cléston no mesmo restaurante. Eles estavam na cidade para visitar a rádio local e fazer a divulgação do novo álbum, que na época era o PASD. Ao final do almoço o Renato veio até a nossa mesa falou comigo e foi um amorzinho com a minha mãe. Fez alguns elogios a mim. E sabe como são as mães, né? Ela ficou toda orgulhosa. A partir desse dia, a implicância dela com relação a isso diminuiu bem. Risos

14 - E no colégio, como era? Tinha muita zuação?

Dhiuli: Cara, complicado isso. Nunca dei muita importância ao que as pessoas pensavam com relação a isso. Muitas pessoas não acreditavam que eu realmente os conhecia e tal, mas eu também não tinha interesse nenhum em provar nada a ninguém. Lembro que o Nettinho faleceu num domingo, na segunda-feira eu fui à aula, mas eu estava super mal. Minhas amigas me mandaram mensagem no celular falando sobre o velório e tal... Saí mais cedo do colégio pra poder ir ao velório no Rio e algumas pessoas riram disso. Mas eu aprendi a abstrair essas coisas.(Abaixo, momento de descontração de Dhiuli com o seu preferido, Renato)

15 - Você considera que todo esse amor tenha afetado de alguma forma a sua vida social ou acadêmica?

Dhiuli: Minha vida social não, de maneira alguma. Mas afetou um pouco a minha vida acadêmica sim. Mas foi culpa minha. No início eu era muito novinha, não soube administrar muito bem as coisas, fiquei meio deslumbrada, queria ir em todos os shows que eles fizessem, mas com o tempo, com o amadurecimento, eu soube equilibrar melhor as coisas. Foi uma das coisas que aprendi com o Renato. O equilíbrio é muito importante para vivermos em harmonia com nós mesmos, interiormente. Hoje eu tenho esse equilíbrio muito bem estabelecido na minha vida.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

E os cinco mais loucos são...

POSIÇÃO NÚMERO 5: FÃ DA CANTORA MARISA MONTE QUE ASSISTIU O MESMO SHOW MAIS DE 10 VEZES.

O mineiro Roger Passos (foto abaixo) fã de Marisa Monte já fez coisas impensáveis para não perder um show da cantora, afinal, segundo ele, as músicas dela lavam a alma.
Roger confessa que já assistiu o mesmo show, com o mesmo repertório umas 5 vezes em São Paulo. Isso sem contar as inúmeras apresentações de Marisa em BH e no Rio de Janeiro. Nessa última, ele saiu mais cedo do trabalho, pegou a estrada com chuva, foi ao show e no dia seguinte já estava de volta ao batente.

POSIÇÃO NÚMERO 4: FÃ DA CANTORA MADONA QUE BURLOU SEGURANÇAS E CONSEGUIU TOCAR NO CABELO DELA.

Fã da cantora Madona desde os dez anos,Daivson dos Santos Eickhoff realizou uma proeza. Ele não só chegou pertinho da cantora como tocou nos cabelos dela. Daivson acabou famoso pelo ato.
Mas ele não se deu por satisfeito. No intuito de conseguir uma foto com a Diva, o jovem a seguiu até a casa da menina que Madona visitou no morro Santa Marta. Chegando lá ele burlou a segurança e se enfiou debaixo do barraco. Quando a cantora saiu, ele a chamou e ela olhou com um sorriso. Foi aí que ele tirou a foto ao lado. Ela é o protetor de tela do seu computador até hoje.

POSIÇÃO NÚMERO 3:FÃ DE LUAN SANTANA QUE QUASE PERDEU VESTIBULAR POR CAUSA DE UM SHOW.

A curitibana Bruna Baude de 15 anos (a menina da esquerda na foto abaixo) já fez muitas loucuras típicas de uma fã. Ela já trocou o notebook por dinheiro para viajar e tirar uma foto com o cantor, já saiu correndo de casa sem ter certeza se conseguiria ver Luan, já ficou de castigo, já fez promessas, já chorou...
Enfim, já fez de tudo um pouco. Mas a grande loucura de Bruna foi ter colocado o vestibular em risco por conta do amor pelo ídolo.
Era a segunda fase do vestibular e os pais da jovem, obviamente, não queriam deixa-la ir ao show, achavam que poderia tirar a concentração e o foco dela. Bruna, por sua vez disse que só não passaria se não fosse prestigiar o cantor. Resultado ela fez a prova e depois a mãe a levou de carro até o local do show. No final deu tudo certo, ela chegou a tempo nos dois eventos e foi aprovada no vestibular.

POSIÇÃO NÚMERO 2: FÃ DO ZEZÉ DE CAMARGO QUE COLOCOU O NOME DO CANTOR NO FILHO.

Fernanda da Silva, hoje com 32 anos, sempre foi muito fã do cantor sertanejo Zezé de Camargo. Mãe de três crianças, duas meninas e um menino, ela viu no nascimento do filho a chance ideal de prestar a tão sonhada homenagem ao ídolo. Deu ao menino o nome do cantor. O problema é que Zezé, não se chama Zezé, e sim, Mirosmar, portanto foi esse o nome que Fernanda colocou no filho.

POSIÇÃO NÚMERO 1: FÃ DA CANTORA BEYONCÉ QUE DORMIU UMA SEMANA NA FILA DO SHOW.

Nos dias 7 e 8 de fevereiro deste ano, o furacão Beyoncé passou aqui pelo Rio de Janeiro. Com a turnê I Am tour Beyoncé reuniu no HSBC Arena, nos dois dias de show, 36 mil pessoas, lotação máxima do local. E quem estava lá era a friburguense Juliana Aguiar de 22 anos. ( A segunda da esquerda para a direita na foto abaixo)
A jovem não só foi ao show, como fez questão de dar um jeitinho para ser a primeira a entrar e garantir um bom lugar dentro da Arena. Para isso ela simplesmente dormiu na fila. Não dois ou três dias, mas uma semana. Nem o calor de mais de 40 graus, nem a fome, nem o perigo de um assalto desanimaram Juliana. No fim, depois 168 horas, 10.080 minutos, 604.800 segundos de espera, a jovem atingiu o seu objetivo. Foi a primeira a entrar no show, ficou muito perto da cantora americana, afinal ela pagou o ingresso da área vip que custou nada menos que 700 reais, e de quebra apareceu em vários programas televisivos. Ou seja, o sacrifício valeu a pena.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A VOLTA DOS CACHOS


Já cantava o rei Roberto Carlos “...debaixo dos caracóis do seu cabelo, uma história pra contar...” e que história. O cabelo cacheado virou febre no Brasil na década de 80. Naquela época, o penteado tipo poodle, bem volumoso dominava a cabeça das mulheres, como você pode conferir na foto ao lado. Para chegar a esse look armado, o segredo era o permanete, um produto químico aplicado às madeixas femininas por um profissional nos salões de beleza.

Mas com a chegada dos anos 90, uma nova tendência caiu no gosto popular, o alisamento. Uma combinação de beleza e praticidade hipnotizou centenas de mulheres. Com o passar do tempo as opções só aumentaram. Escova progressiva, definitiva, inteligente, japonesa, entre muitas outras. Todas com a mesma promessa. Cabelos super lisos por muito tempo.
Hoje os cachos timidamente estão recuperando espaço nos institutos de beleza, mas eles se modificaram. Ondas mais comportadas compõem um visual moderno e elegante.

Um dos fatores que vem influenciando essa mudança é a mídia. A presença de atrizes como Taís Araújo que está na foto ao lado, assumindo os seus fios encaracolados na TV, encoraja as mulheres a se libertar do secador e da chapinha. Essa influência dos meios de comunicação na forma de ser das pessoas não é algo novo. Basta lembrar dos bordões, roupas e acessórios que sairam da ficção e passaram a compor o dia a dia dos brasileiros. O permanente muito usado na década de 80, também teve influência da teledramaturgia. No vídeo abaixo você confere as atrizes que ditaram moda com seu cabelão nas novelas da época.



Porém, dessa vez é diferente, pela primeira vez em muito tempo, caminha-se na direção da naturalidade, as mulheres podem ser elas mesmas, soltar o cabelo, sem medo dos pensamentos alheios.
Mas para muita gente, assumir os cachos ainda é um problema, pois requer muita coragem. Segundo Kátia Freitas, cabeleireira há 20 anos do Salão da Praia na região oceânica da Barra da Tijuca e adepta do cabelo cacheado, ter ondas é para quem tem personalidade:

- Eu falo como uma mulher que se enquadra no perfil, que vive essa realidade, para assumir os cachos, a sua verdadeira identidade, é preciso ter personalidade e muita coragem, principalmente para enfrentar as pessoas que ainda acham que cabelo cacheado é cabelo ruim. Eu amo cachos, na verdade eu amo cabelo volumoso. Pra mim, quanto mais volume, melhor.

Kátia diz ainda que enganasse quem pensa que o cabelo cacheado é mais prático do que o liso:

- Muita gente acha que o cabelo liso é mais trabalhoso que o cacheado, isso é uma mentira. Cachos bonitos dão muito trabalho, com eles não existe praticidade. É preciso hidratar sempre, para ele não ressecar, alguns embarassam com muita
facilidade...Enfim...É preciso dedicação e paciência, mas o resultado compensa.

Um fator que incomoda muito as mulheres que tem cabelo cacheado é o volume. Por isso, segue abaixo um vídeo da editora de beleza da revista Marie Claire, Katia Del Bianco com o cabeleireiro Sérgio Gomes. Nele você terá dicas de como domar um cabelo muito cheio.




Agora, será que cabelo cacheado pode ser curto? E para pentear, pode ser com ele seco? Será que dá para modelar os cachos? Se essas questões também te assombram, assista o vídeo abaixo onde todas as perguntas são respondidas pelo hairstylist Ricardo dos Anjos.



Mas, se em alguns salões os cachos ainda estão chegando de mansinho, existe um lugar onde eles têm prioridade. Instituto Beleza Natural.
O Beleza Natural foi criado em 1993, pela cabeleireira Heloísa Assis, conhecida como Zica (foto abaixo), no intuito de suprir uma necessidade pessoal, a insatisfação que ela sentia com o próprio cabelo:

“Meus cabelos (muito crespos e sem maleabilidade) me incomodavam muito. Resolvi, então, estudar para ser cabeleireira porque acreditava que, conhecendo meu fio, poderia fazer alguma coisa para melhorar minha situação, não me conformava em ter de alisar os cabelos para ficar com um aspecto razoável.

Eu percebia que, quando saía do banho, meus cabelos ficavam pesados e mais macios, com os cachos definidos. Era assim que eu gostaria que eles ficassem. Passei dez anos estudando o fio crespo e misturando e testando cremes e produtos com o intuito de me dar aquele visual sonhado: cabelos naturais, cheios de cachos, com brilho, maciez e beleza”.

O resultado foi a criação do Super Relaxante oferecido no salão.
Mas, o serviço que começou em um salão pequeno no subúrbio da cidade carioca cresceu e apareceu. Hoje a rede já chega à nove salões espalhados por diversos pontos do Rio de Janeiro e dois institutos fora do estado, um em Salvador e outro em Vitória.

Uma equipe composta por mais de 1200 funcionários atende em média 80 mil clientes por mês (foto ao lado). Mas essa relação as vezes se mistura, isso porque, muitas das moças que hoje trabalham no salão, começaram como clientes, o que acabou ajudando o instituto a estabelecer uma importante ferramenta de marketing e de aproximação com suas clientes, como explica a própria Zica:

“Sempre tivemos o foco em dar a oportunidade do primeiro emprego às pessoas. Aliado a isso, muitas clientes que vinham ao instituto se interessaram pelos cargos que oferecíamos. Ano após ano, esse movimento aumentou e hoje contamos com 90% de nosso quadro de colaboradores formado por ex-clientes, tanto na operação, quanto nas áreas administrativas e na fábrica. Como utilizamos fortemente o marketing de relacionamento, esta oportunidade acabou virando uma importante ferramenta para instrução de nossos serviços e produtos e também para ouvirmos de perto e entendermos melhor os anseios das nossas clientes”.

E a história não para por aí, com o objetivo de continuar inovando e aperfeiçoando o serviço prestado, foi criada em Junho de 2004 a fábrica Cor Brasil. Lá é fabricado não só o super relaxante como também todos os produtos da linha Beleza natural, shampoo, condicionador, creme para pentear e cosméticos para massagem.

E não só isso, os profissionais que atendem no salão passam por um treinamento no Centro de Desenvolvimento Técnico criado em 1999 e hoje conhecido como Universidade Beleza Natural (foto ao lado). Lá são ministrados diariamente cursos de formação e aperfeiçoamento para cabelireiras, consultoras de beleza e auxiliares de cabelireiras.

O fato é que, mesmo depois de muita pesquisa, não é possível dizer por quanto tempo essa onda de cabelos encaracolados irá durar, muito menos qual tipo de cabelo é o mais bonito. Aliás, o conceito de beleza é muito vago, o belo está nos olhos de quem vê. Se existe algum truque para se obter essas respostas, é estar bem, feliz consigo mesma e acima de tudo, ter o espelho como principal aliado.